Apenas por pessoas de alma já formada

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Reflexão

Ok, eu vou fingir que amanhã não é como outro dia qualquer. Que, o que quer que eu diga aqui, fará diferença. Que vocês não vão acordar ressaqueados e sim dispostos a mudar o que em todos esses anos ninguém conseguiu. De repente, assim de brincadeira, o fingimento vire realidade. Nunca se sabe. Então, deixa eu pensar também que eu vou acordar como uma pessoa melhor, assim por mágica de ano novo. Que a consequência de meus tropeços não me perseguirão no futuro. Que a sociedade pintada de branco não sujará nosso destino de preto. Milagre de ano novo, afinal tem que haver esperança. Ainda que a data tão esperada seja apenas o famoso amanhã. Um dia como outro qualquer, no qual depositamos nossa esperança, mas não fazemos nada para concretizá-la.
posted by mente inconstante at 12:52 4 comments

1, 2, 3 e... a sensação que eletriza o corpo, revira o estômago e martiriza o peito. São tantas emoções! Há felicidade comprimindo o coração que bate ritmado no som da contagem. Entrelaço nossas mãos. Fico na ponta dos pés. Olho nos seus olhos. Um sorriso vem automático à boca, enquanto espero por seu doce beijo de happy new year. 10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2... 1... FELIZ ANO NOVO, FLORES DE MEU JARDIM!
Eu continuo sonhando, amor, fingindo que o beijo é real e você está aqui. :]
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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Ruminando

Como doía ser responsável. Dizer "Ok, pode ir.", como se a mim você não importasse. Com certeza, seria melhor se eu fosse imprudente. Dizer "fica?" e te ver ficar.
posted by mente inconstante at 18:51 4 comments

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Para sempre em mente

Não sou menina de ser apresentada à família. Sou garota de família, mas não gosto de conhecer a família alheia assim sem anel na mão esquerda, direita até. Nunca tive compromisso sério a esse ponto. Mas já entreguei meu coração inteiro a quem não merecia. Usei medalha gravada no pescoço. Dormi e amanheci trocando juras de amor como só uma adolescente inocente consegue. Já dei milhares de "tchau, nunca mais quero te ver", mas nunca consegui lhe dizer "adeus".
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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Desabafo natalino

Aviso: se você tiver uma família perfeita, não leia esse post.
Unhas e lábios vermelhos. Todo resto preto. Vestido, brincos, pulseira, salto, maquiagem. Se não fosse o vermelho e os paetês, pareceria um traje de enterro. Não é. Sinto saudades da expectativa de uma noite alegre. Comida, presentes, amigos. (Porque era isso que meus parentes eram para mim: amigos. Ninguém possuía defeitos. Todos perfeitos.) A roupa era o que menos importava. Era a família grande reunida, amigo oculto, brincadeiras bobas de criança: manja-pega, pique-esconde. Que comida que nada! A brincadeira está mais empolgante. "Vem, menina, que você tem que comer! E ajeita esse vestido. Olha o estado em que você está! Isso é jeito de mocinha se comportar?" Então, era meia-noite. E a chuva de abraços e fogos de artifícios ao longe. E os presentes. E os sorrisos. E mais brincadeiras. E então o sono. Mais que noite danada de boa! Agora, dez anos depois, a mesmo euforia já não habita mais aqui. Os tempos mudaram. Pareço velha falando: antigamente não era assim. Hoje, tem que estar de roupa nova e a mais bonita, por favor, que é para nenhum parente falar: "viu como a fulana veio mal-arrumada?" E os presentes: os mais caros. E o peso: na medida, nem abaixo da média (ai, como ela está magra!), nem acima (ai, como ela engordou!). E o namorado não pode ter defeitos. E o emprego, é uma competição para ver quem tem o melhor. Solteira, gorda, desempregada, jamais! Parece mais uma festa à fantasia. Todos de máscaras. Repito como uma velha: antigamente não era assim.
Meu vestido (lindo e maravilhoso, ninguém vai poder falar de mim, ahá) já está pronto para ser usado, unhas feitas, cabelos pintados, só falta o espírito natalino. Desculpa, é que ele já não dá as caras por aqui faz anos, mas que ele esteja no coração de vocês não só dia 25, mas o ano inteiro. Boas festas a todos! :]
posted by mente inconstante at 17:40 5 comments

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Guache

Gostei das mentiras que pintaste, só faltou mais tinta guache para eu ajudar-te também a compor o quadro. Sim, teria um beijo no final. Ainda que não me emprestasses o pincel, eu o pintaria com os dedos. Tudo por um beijo teu.
posted by mente inconstante at 10:54 4 comments

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Medusa

Ah, não diga isso. Confidencia-me ao invés que vai sentir minha falta nos dias em que ficarei fora. Há o brilho no olhar quando me vê. Se não for verdade, não destrua minha presunção assim. Pelo contrário, alimente essa minha ilusão de que eu realmente significo muito para ti. Dê-me sua mão. Retribua minhas carícias. Deixa que eu encoste meu rosto no teu ombro só para ficar um pouquinho mais feliz com esse pouco que é tudo o que eu posso ter no momento. Você desvia os olhos dos meus. Tem medo de meus olhos de medusa? Prometo que não transformarei esse teu lindo corpo em pedra. O que eu poderia fazer com o seu corpo em paralisia eterna? Quero-o em movimento. Em sincronia perfeita com o meu.
posted by mente inconstante at 15:08 3 comments

domingo, 19 de dezembro de 2010

De boca cheia

O sol se põe e o dia já não me interessa. Lágrimas escorrem pelo meu rosto. Desconheço o motivo tolo que me impulsiona a agir assim. Você me pergunta por que choro. Permaneço calada, mergulhada em meus pensamentos, fingindo não lhe ouvir. Quero afogar-me em seu abraço apertado, mas o orgulho impede que eu me aproxime. O que aconteceu conosco? “Amor” era o que eu dizia com a boca cheia. Para onde foi? Já não somos os mesmos.
posted by mente inconstante at 14:32 2 comments

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Insanidade

São esses pequenos instantes de loucura que me permitem beber essa dose de lucidez que nos é imposta diariamente. Eu sinto falta de.
de você.
posted by mente inconstante at 19:00 1 comments

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Conversa íntima

Eu digo a mim mesma que uma hora passa, mas como o sofrimento desacelera o andar do tempo! Torna-se um lento rastejar. Cadê a felicidade para apressar tudo? Custará certamente a vir. Como tudo que é bom na vida.
posted by mente inconstante at 09:51 2 comments

domingo, 12 de dezembro de 2010

Se, iríamos, e minhas loucuras

Se não se assustasses com o que desconheces, eu poderia muito bem roubar um disco voador sem excentricidades para abduzir-te para longe da realidade surreal que nos separa. Somente se.
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Iríamos para bem longe desse teatro louco no qual somos apenas marionetes, incapazes de nos desligarmos das cordas a que estamos irreversivelmente presos. Já não sabemos como viver fora de.
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E minhas loucuras cantadas soariam bem menos ofensivas. Doces até, se pudesse saboreá-las. Porque a sinfonia seria delicada. Um quarteto de cordas finas. Por que tanto esforço se não tens afinal uma audição lá muito boa? De nada adiantaria.

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Fico esperando por um milagre a qualquer momento. A esperança anda de mãos dadas com as minhas.
posted by mente inconstante at 19:37 3 comments

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

E se meu pônei voasse,

eu iria até seu castelo e cantaria loucuras singelas, pois sabes bem: sou tímida. Nada além de singelezas. Mas antes mesmo que eu pudesse me aproximar, tu me atacarias, pois pensarias que sou um disco voador desses bem excêntricos. Sempre muito cego, meu ingênuo amor. Então, meu pônei e eu voltaríamos tristes para nossa humilde casa, embora felizes por termos ao menos te visto, ainda que de tão distante. Seria uma dessas histórias que arrancaria risadas de nós. Tu e eu, bobos apaixonados, que sempre rimos, quando juntos, de tudo. Por mais infeliz que esse tudo seja. O pônei sumiu, mas a saudade permaneceu.

:)
posted by mente inconstante at 23:59 3 comments