Apenas por pessoas de alma já formada

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Mais um pedaço da tua melancia

- Há caroços.
- Mas é doce.
- Há casca.
- Mas não está suculenta?
- Não é tão grande.
- E não é suficiente?
- Não está cortada.
- E quem disse que importa?
Ninguém há de ligar, já que
a fome é grande.

Há sempre o desejo de perfeição.
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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Depender de mim

Isso te assusta. Vamos. Admita. E você pega a primeira que ninguém tenta proteger ou reclamar seu lugar ao lado. Ela não exige compromisso. Você pode tratar mal. Ninguém te matará por isso. Ela não é feia, mas também não é aquela da qual todos querem estar por perto. Não é irresistível. Não tagarela por aí com os outros todos, daquele jeito simpático que tem de conquistar a cada um que esteja em sua órbita. Ela é não é um maldito satélite contra o qual você tem que usar todas suas forças para permanecer longe. Ela não faz você se perguntar: "por que diabos me escolheu se pode ter tantos outros?" Você sabe que com ela não há a chance de se apaixonar e por isso mesmo não correrá o menor risco de quebrar a cara. Ela é a aventura segura que você não pode ter com a outra, aquela menina que te desejou e fez tudo para que desse certo mais do que qualquer uma que tenha cruzado seu caminho (inclusive essazinha ao seu lado). Ou é isso ou eu não te entendo. Vai ver ela é tudo o que eu sou para os outros, mas nunca para você. É isso?
e se eu descobrir que você, querido, vem aqui escondido, sou capaz de morrer por ter meus sentimentos à sua disposição. São segredos de uma mente inconstante. Nunca pensei que fôssemos ser mais que amigos. Agora não somos mais nem isso.
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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Vacinada

O que fazes aí? Por que não desistes? Tens que ir embora. Já disse. Não te quero por perto. Por que ainda insistes? Havia mentiras escondidas em ti todo e se eu não tivesse vasculhado os teus pertences ainda estarias omitindo risadas e beijos e carícias de mim com toda essa encenação que só pode ser dom de tão perfeita que é. Saiba que contra tua atuação eu já estou vacinada. Pare já com os esforços. Inúteis se realmente achas que mudarei minha opinião.
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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Hora H

E postergo cada minuto ao seu lado para evitar a despedida. De nada adianta, porque o tempo nunca se deixa enganar e a inevitável hora bate à porta. Não quero ouvi-la. Impossível. Ele já partiu.
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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Raci o cínio

Ah, eu minto, e como eu minto para ti! Fingir é mentir, mentir é me manter protegida, proteção é não demonstrar com tanto fervor que eu me importo. Confuso raciocínio, mas é verdade, embora aparentemente não faça o menor sentido. Se ao te atacar te perco, já que você se afasta, então minto que te quero apenas como amigo, porque assim você permanece, senão perto, ao menos não tão longe.
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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Impulsiva

Ouço você falar comigo de uma maneira que só conheço assim: quando estamos fora de nós mesmos. E eu, claro, não deixo por menos. Incito, gritando de volta. Já não há espaço para mais nenhuma palavra nesse cômodo. No entanto, insistimos, de teimosos que somos. E o ar fica cada vez mais pesado. Começo a perder o fôlego. Passa a ser difícil respirar. Tenho vontade de ir embora. Não vou. Por mais que eu me sinta no inferno (esquentou de repente, mesmo fazendo um frio danado lá fora), permaneço aqui, onde não quero. Para onde iria? Pego o casaco, ainda que eu tenha pleno conhecimento de que levarei um certo tempo até que o sangue pare de queimar meu rosto. Vou em direção à porta com passos largos e fortes. Quero esmurrar o chão. Abro e fecho a porta, fazendo o máximo de barulho que posso, para que ele tenha ciência de que, sim, estou indo embora. Assim que a porta bate atrás de mim, arrependo-me de ter saído. Mal desço as escadas correndo e já quero voltar. Vai dando um aperto no peito. A raiva vai cedendo espaço para outros sentimentos. Embora o orgulho não arrede o pé. Ainda está aqui. Penso em algum lugar. Qualquer lugar. Vamos. Eu não posso voltar tão cedo. Nem hoje. Nem nunca mais. Olha a raiva retornando para mim. Não. Não! Ah, que vontade de gritar. Não posso. Já estou na rua. Todos olhariam para mim e o que importa? Vou andando. Em direção a quê? Ouço buzinas de carros soando alto. Ah, que falta faz o meus fones de ouvido! Uma música calma. Melhor rock. Melhor qualquer coisa que não o barulho da rua. Alguém chama meu nome.

- Para onde você está indo?

Olho assustada. As buzinas de carros eram na verdade uma só e de um carro apenas: o nosso. Ele continua:
- Você nem pegou sua bolsa. Carteira. Dinheiro. Vamos. Entra no carro.
E eu entro. Não porque sou esquecida e não teria como ir para lugar algum nem que eu tivesse algum lugar para ir. Mas porque quero beijá-lo e quero acima de tudo que ele me leve dali. Não beijo, nem falo uma palavra sequer durante todo o trajeto, mas meu peito está mais leve. Sei que a briga já acabou, já que ele deu o primeiro passo. Meu orgulho sempre cede depois que há o primeiro passo. Dele.
posted by mente inconstante at 17:59 2 comments

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Sky

Sorrisos espalhados no céu estrelado de nossos beijos. Asas que batem flutuantes no ar em uma dança que envolve nossos bobos corpos no que parece ser um xote trotado, talvez disfarçado de valsa, enganando ingenuos corações. Mas o que importa se o que realmente conta é a proximidade de nossos passos? Bobeira que proporciona felicidade. Ah, diz que sente minha falta, quando a borboleta de nossos sonhos volta a ser a lagarta de nossos pesadelos. Há sem dúvida algo maior entre nós que uma metamorfose forçada. Por que o que a gente sente por dentro continua intacto. Ve? A poeira de nosso amor sequer sentou. São palavras desconexas que se unem tentando comunicar que nossa história ainda não teve um fim. Não lembro nem como iniciou. Mas ainda existe e engana e faz feliz e perde o sentido só para achá-lo novamente depois. Afinal, o que importa a direção se há o sentimento e isso é mais relevante que significados fantasiados de verdades inconvenientes? Teus dedos criam desenhos permanentes em minha pele que te sente e deseja e grava tua assinatura com as digitais inegáveis de nosso eterno sentimento, seja ele qual for.
posted by mente inconstante at 10:00 6 comments

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Dark

O que escrever? Papel e caneta não servem. Quero meus dedos em sua pele. Sei. É pedir demais. Ouvi sussurros seus a noite inteira. Ilusão. Você não estava ao meu lado. Foram apenas delírios. Sonhos de um verão. Tenho febre de você. Talvez apenas saudade que sempre me dói em noites frias. Singulares nessa sombria estação.
posted by mente inconstante at 19:00 1 comments

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Desvio

Começou como brincadeira. Evoluiu e se tornou coisa séria. Já não te vejo com os mesmos olhos. Não consigo mais notar tua presença e não te querer por perto. Há um momento que a vida nos surpreende. Foi a flecha do cupido que nos acertou. Mas acho que você desviou da sua ou é mais forte que eu, já que não parecemos estar passando pelos mesmos efeitos colaterais. Será o dia mais feliz da minha vida, quando você disser que também.
"Eu também."
posted by mente inconstante at 18:05 4 comments