Apenas por pessoas de alma já formada

Estou sensível a sentimentos fortes. Sinto tua ausência em cada toque. No segundo seguinte, você não está mais ao meu lado. Passa rápido demais. E há uma angústia cavando o peito. Está cada vez mais fundo. Está me invadindo. Minha respiração falha, fraca. E o remédio, eu desconheço. Enquanto travam essa batalha infundada para ver quem fica comigo, quem fica sou eu, e sozinha. Basta encostar sua mão em meu rosto. Acariciá-lo. Talvez seja essa a cura. Se há. O resto fica em segundo plano, se você permanecer aqui ao meu lado. O que você nunca faz. Estou eu agora no meio da sala na casa sem móveis. Uma garota sem amor. Tosse. Os pulmões falham. O coração bate. Fraco, mas bate.

Eu escrevo muito, e gosto. O que não é segredo para vocês que me leem, mas o é para os que comigo convivem. Às vezes, eu gostaria de ser transparente. Às vezes, eu queria desaparecer por uns tempos. Na maioria, eu só desejo você ao meu lado. Você, o tranquilizante de todas as minhas frustrações. Você, que gosta de mim mas não me ama o suficiente para me querer como apenas sua. Eu quebrei o seu coração. Sei, crime inafiançável. Então, por que você não some de uma vez? Essa tortura é a pena que devo pagar pelo que fiz? Não, eu não lhe devo nada. Eu posso sumir de sua vista, fugir de suas ligações. O único problema é que eu não consigo. Quero sofrer? Não. Só quero amar sem que doa tanto.

Você me jogou fora e agora quer de volta, olha a sua cara de pau!, quer que tudo continue como antes, mas a queda na lata de lixo me machucou e a culpa é sua!, como pode querer que eu me esqueça disso?, ferimentos traumatizam, posso ter demonstrado que "ah, a dor foi pouca!", mas só eu sei o que foi de mim abandonada naquela lixeira vazia, e não dá para esquecer!, foi você que me jogou lá!, sinto-me suja, mas quem deveria se sentir assim é você, beautiful liar, e não se esqueça que foi com seus contos de terror que eu aprendi a mentir, seus contos de terror tão bem disfarçados de fairy tales, não adianta tentar voltar a página agora, esqueceu?, esse livro já fechou.

desculpa Nanda, o post anterior não ganhou uma continuação, porque a inspiração não veio. Mas estou aberta a sugestões. Que história vocês querem que eu poste aqui? Prometo que vou tentar buscar inspiração para um próximo post com o que vocês sugerirem, se sugerirem algo. Ao que parece tenho leitores mudos. Rsrs Um beijo a todos, mudos ou não. :)

Eu adoro essa caneta. Não quero largá-la tão cedo. O problema é que já começa a falhar. Nada é para sempre. Tenho uma maldição. Destruo tudo em que toco. Esbarrei com ele na rua. Quase sem querer. É que eu meio que sabia que ele estaria lá. Minha amiga, que também é amiga dele, me confidenciou. Entregou a dica de presente em minhas mãos. E eu fui até lá fingindo que a hora exata era apenas coincidência. Você acha? Foi nada. Eu estava com uma pilha de papéis dentro da agenda e a agenda não caiu sem querer querendo? Se ele não me ajudasse a recolher os papéis do chão, eu deixaria para lá. Não correria atrás dele. Eu queria um gentleman, não um brutamonte mal-educado. Acontece que ele estava de fones, o que me faria perdoá-lo se passasse reto sem se importar. O que não aconteceu, claro, já que ele não ouviu, mas viu. E me ajudou com os papéis. Ninguém mais parou além dele para me socorrer. O que não faria diferença alguma, talvez viessem até a atrapalhar. E quando fui lhe dizer "obrigada!" fiz o aparelho que usei por anos valer à pena: abri o sorriso com esses dentes tão perfeitamente alinhados e ele me devolveu um belo sorriso também, acompanhado de um "não-tem-de-quê". Mas, diferente de mim, ele tinha um sorriso natural, sem nada fora do lugar, mas nada de parar o trânsito, either.
- Bom te rever.
Ele se surpreendeu com minhas palavras:
- Nós nos conhecemos?
Uma vez só. Rápido demais para que ele se lembre. Não lhe expliquei isso. Só parti com o mesmo sorriso de antes:
- A gente se esbarra por aí.
Bom mesmo é quando a gente faz acontecer. Homens gostam de mulheres misteriosas. Mais misteriosa que isso impossível. Ah, e a caneta voltou a funcionar, embora eu tenha que comprar outra ainda assim. Just in case.

Foi em uma segunda-feira que nossa história retomou. Foi em um fatídico sábado que ela nem sequer terminou. Menos de uma semana e o destino tratou de interromper nossa romance novamente, mas dessa vez para sempre. Queria poder dizer: lembro como se fosse ontem. Não lembro e dói mais ainda admitir isso. Começou como brincadeira, isso eu lembro, lembro até hoje de um texto que eu introduzi exatamente assim: começou como brincadeira, evoluiu e se tornou coisa séria, já não nos vemos mais como apenas amigos. Alguém aqui lembra? Era sobre você que eu falava, meu amigo. Foi você que me inspirou nesses últimos sete meses a escrever textos repletos de sentimentos verdadeiros. Foi você que instigou em mim a Vanessa ousada que até então eu não conhecia. Você sempre encarou como brincadeira minhas investidas mal-sucedidas para te conquistar. No início eram, mas com o tempo você me cativou. E teria como qualquer um de nós não ser cativado pela pessoa maravilhosa que você era? Nunca, nunca falava mal de ninguém. Lembra, amigo?, o quanto eu tentava plantar a sementinha do mal em você, dizendo que você tinha que aprender a dizer “não”? “Henry, você nunca fala mal de ninguém!”, eu brigava, como se essa sua qualidade única fosse um defeito. Você não tinha defeitos. Não tive tempo de descobri-los em você. Os melhores momentos que tive nesse ano que passou foram quando você esteve ao meu lado. E você nunca mais lerá minhas palavras. Sim, eu desconfiava. Desconfiava que você vinha aqui escondido, por isso sempre me adivinhava. Você me lia e eu te escrevia. Agora só posso te descrever. Um anjo que cruzou meu caminho, rápido demais, embora o suficiente para deixar uma saudade que nunca cessará. Sempre me fará companhia. Hoje fazem três meses sem você aqui. Parece uma vida.

Tentei postar um vídeo aqui, mas não consigo colocar imagens ou vídeos no apenas por pessoas de alma já formada. Não é o formato do blog, sabe? Sou perfeccionista, então para mim não ficou esteticamente bom. Grande demais e totalmente desalinhado com os textos. [rsrs] Por isso joguei no outro blog. É um vídeo muito fofo. São doze minutos, o que pode ser muito para algumas pessoas, mas, SÉRIO, ELE É MUITO FOFO! Vale à pena. ASSISTAM! :)