Apenas por pessoas de alma já formada

sábado, 17 de dezembro de 2011

Você não soube

Tive vontade de dizer em voz alta as três palavras malditas. Detonariam o encanto do momento, então me abstive. Joguei para debaixo do tapete meu sentimento tardio, como se não fosse forte o bastante para organizar uma fuga em resposta. Amedrontei-me com a possibilidade de um silêncio. Não medi as consequências. Esqueci da tristeza. Já se instala em meu peito por não ter dito a verdade. Eu ainda te amo. Eram quatro palavras afinal. Nunca fui boa em cálculos. Por isso você não soube me amar. Nunca fui esperta o bastante.
posted by mente inconstante at 08:04 3 comments

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Quem disse que é amor?

Tivemos uma briga silenciosa no final da tarde de ontem. Eu soube no mesmo instante. A lua-de-mel acabara, antes mesmo de começar. Eis o motivo pelo qual tua companhia me faz um mal danado. Ela retira algo do meu peito, substituindo-o pelo vazio de um silêncio dolorido. Então, uso de recursos desesperados, como trocar o número de meu telefone, como se a ausência das tuas ligações não fosse me incomodar. Não quero mais tocar no teu nome ou na pele macia. Deixo as questões para trás. O tempo passa. Mando mensagem em recaída e não encontro braços abertos, o que só aumenta o arrependimento. Tento deixar para lá. Penso se não querias exatamente isso. Uma prova de meu desejo, mostrando insistência até arrancar de ti um sim repleto de beijos. Fico magoada. Preciso esquecer. Inutilmente. O buraco no peito só fecha, quando vens me resgatar. Então, choro para limpar os resquícios do teu amor bandido, mas quem disse que é amor? Foi qualquer coisa sem sentido. A dor ainda não me abandonou.
posted by mente inconstante at 10:51 1 comments

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Um último encontro

Você me pede para ouvir o pedido de socorro que seus olhos gritam aos meus. Clama que eu dê uma segunda chance a esse ciúme doentio que dilacera nossa relação, embora esqueça das noites em que fui dormir com o rosto molhado pelas lágrimas derramadas por ti. Sem contar com os finais de semana em que minha cama pareceu grande demais sem você ao lado. As olheiras no dia seguinte eram visíveis. Disso você não lembra, não é? E meu coração sensível, agora já à prova de seus pedidos, não se comove mais com suas chantagens. Você pede para me ver com a desculpa esfarrapada do cd que eu esqueci de devolver. Pois pegue. Eu não preciso mais dele. Está aqui no fundo dessa minha bolsa gigante que pelo tamanho sempre torna impossível eu achar qualquer coisa na rapidez necessária. Espere, só vai levar um instante. Eduardo? Glória, deus, o que é isso na sua mão? Eduardo se acalma. O que você está pensando em fazer com essa arma em punho? Não, nós não temos nada. Ele só é um amigo. Eduardo, nós não precisamos disso. Eduardo... Eduar...
posted by mente inconstante at 11:58 0 comments