Apenas por pessoas de alma já formada

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

O mosquito [ou a flor ou (a falta de) amor]

Estou às lágrimas porque sei demais sobre esse final de semana e nada mais sobre ti. As louças se acumulam e minha flor não pára de questionar tua aparição. Tento ser surda pois não posso me permitir direcionar os pensamentos a quem não se importa o suficiente comigo. No entanto, a flor se transforma em mosquito zubindo no pé do ouvido. Dou uma única auto-permissão. Pensarei na tua presença (ausência) em minha vida. Sinto uma lágrima percorrer a face. Única, embora suficiente para inundar-me. Estou a chorar e o pensamento ordinário dói como uma estaca em coração de vampiro. Ela me mata, mas esquece o verdadeiro culpado nisso tudo. O mosquito. Ou o amor. Enfim. Desisto.
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terça-feira, 21 de agosto de 2012

Lençóis em cama vazia

Desejo escrever e como hei de fazê-lo senão escrevendo? Há a inquietação velando meu sono. Não escrever custa-me a alma e preciso dela para viver. Por baixo da ávore, na sombra de onde o mundo escapa, estou eu. Ironicamente com uma folha de papel na mão esquerda e lápis na direita. Seguro as cinzas de um não-futuro. Na casa, há tintas em lençóis e o amado discorre sobre as dores do mundo. Quanta audácia revelar o que todos escondem com sorrisos nos rostos. A mentira impera e a criatividade se encerra.
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segunda-feira, 20 de agosto de 2012

02:00

Acordo de madrugada procurando entre as cinzas um rascunho qualquer me sirva.
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sábado, 11 de agosto de 2012

Estação repetida

Nunca te cansou o passar dos dias? Essa monotonia do andar presente no discorrer das horas estáticas já que tão parecidas. O corpo não te falha? A razão abandona os sentidos. Já não conseguem andar lado a lado. Diz-me onde vamos parar se não há opção de retrospecto? Nessa corda-bamba, você sempre esteve com as duas mãos estendidas para me agarrar a cada vez que eu pendia para o seu lado. E eu sempre pendia para o seu lado. No entanto, diante de tantas estações repetidas, eu quis mudar e cair para o lado oposto, onde não havia um só alguém para me alcançar ante a queda. Eu quis a queda e você foi incapaz de compreender a troca.
posted by mente inconstante at 22:20 0 comments

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Saída de escape

Pego-me deitada na cama com a caixa de lenços já vazia. Tenho duas opções: continuar na humilhante posição fetal na qual me encontro ou levantar e redigir a respeito. Escolho a segunda alternativa. Não que as lágrimas tenham cessado. Ao contrário, elas continuam aqui a borrar ainda mais meu triste cenário. Já tentei, mas a dura realidade é que eu não consigo parar. Se seguro o choro agora, ele aparece depois nos momentos mais inconvenientes. Como eu  sempre me deixo enganar por você? Pensei que seu retorno finalmente cessaria a saudade insana que tanto sinto de nós dois juntos. No entanto, veja só, estamos enfim na mesma cidade, a vinte minutos de distância, e nunca parecemos mais distantes. Antes eram milhas que nos separavam, agora é apenas a falta de interesse seu em fazer acontecer. Não tente me enganar com suas fracas palavras. Elas não fazem o menor sentido para mim.  
posted by mente inconstante at 22:40 1 comments

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Ausência de qualquer coisa

A presença do querer tudo é não possuir nada e a beleza do cenário está em observar à distância. A aproximação necessária, motivada pela falta, age como desestimulante. A corrida enfim ocorre, no entanto os erros cometidos durante o percurso deturpam a pintura tua, nossa, é gravura. Estática em sua existência. Presenteia-nos com nostalgia para eternizar seus poucos minutos de duração em nossas mentes ocas, todas, vazias de sentimento forte o bastante. Há a ausência de qualquer coisa e não é na mente, está no peito. (faz) Falta o amor.
posted by mente inconstante at 01:55 1 comments