Apenas por pessoas de alma já formada

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Vodu

De tudo que você me desejou, eu não te desejo o dobro. Eu desejo o contrário. Desejo que você abandone os velhos hábitos. Abra as janelas. Deixe as portas escancaradas. Saia de casa. Faça uma caminhada (pelo menos uma por dia). Molhe os pés na água da praia. (Suje-os de areia.) Não se preocupe tanto com o relógio. Conheça novas pessoas. Não só aquelas que concordam contigo em teus ideais e lutas. Não. Conheça pessoas que batam de frente contigo (que te façam pensar). Sorria. Isso você pode (e deve!) fazer várias vezes ao dia. Rir simplesmente porque quer e não para agradar os outros. Abra as mãos. Ande de mãos dadas com alguém. Seja um pouco mais inconsequente. Aprenda a ver a beleza que há nas pequenas coisas. Seja feliz! Isso é o mais importante. Porque, enquanto você quer o meu mal, eu só quero que você abandone esse bonequinho de vodu das suas mãos e seja feliz. Não se engane. Não há real felicidade na infelicidade alheia. Irônica, eu? Imagina! Eu só aprendi que o contrário de amor, meu querido, não é ódio e sim, INDIFERENÇA.
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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Ausência

Eu sentia sua falta. Eu queria aparecer novamente. Mostrar que eu não estava morta como aparentava estar. Eu sempre gostei muito dele. Continuava gostando. Mas o tempo estava apertado. Sim, eu sei. Se gostasse realmente não sumiria desse jeito. Mas juro que andava realmente ocupada. Eu pensei em dar as caras. Uma vez que fosse. Cheguei até a pegar o telefone, mas não demorei muito com ele na mão. Eu desisti. "Quando tiver mais tempo. Menos apressada será com certeza melhor." Eu pensei alto, conversando baixo comigo mesma. Eu fiz isso uma segunda vez. Uma terceira, quarta, quinta, mas nunca em nenhuma delas eu cheguei a ligar. Os dias foram passando e quando dei por mim o tempo ausente já havia sido grande demais. Eu não sabia mais como voltar. Será que ele se importaria a essa altura? Tanto tempo distante. Será que ele chegou a sentir minha falta? Eu dei as caras.
- Oi, eu sei que já faz muito tempo. Tantos dias sem aparecer. Eu pensei em voltar várias vezes. Juro. Mas eu estava tão ocupada. Será que ainda faz diferença minha presença aqui? Você ainda se importa? Você aceita meu pedido de desculpas? Dessa vez eu juro que voltei para ficar.
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posted by mente inconstante at 13:22 9 comments

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Ele

Ele vai chegar a qualquer momento. Você espera por ele em uma escada qualquer. Sentada, tamborila os dedos, ansiosa, aguardando aquele olhar. O olhar que acalma seu mundo. Da única pessoa que parece lhe entender. Ele conhece bem você. Sabe tudo que se passa pela sua cabeça e sabe exatamente como você é. A ansiedade só parece crescer. Ele não chega. Você quer vê-lo antes que o sentimento dentro de você se agrave. O sentimento de ódio dentro de você cresce e você não tem força alguma para combatê-lo, senão a dor. Você quer chorar. Chorar por depender tanto de quem não lhe dá valor. Você se pergunta se tanto sofrimento vai lhe levar a algum lugar um dia. Não adianta forçar. O problema está na mente. Na sua ou na dele. Não importa. Não dá para modificar. Se for a sua, talvez. Se for a dele, provavelmente jamais. A mente é um troço difícil de demais de alterar. Então, ele aparece (finalmente). Não quem te atormenta, mas aquele que sempre consegue lhe acalmar. Ele olha nos seus olhos e entende, sem sequer perguntar, que há algo errado com você. Ele não fala "oi", nem pergunta "o que aconteceu?". Ele apenas lhe abraça e é, então, quando você percebe que não há melhor conforto do que o abraço de um amigo.
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posted by mente inconstante at 12:50 6 comments